sábado, 9 de agosto de 2008

o cara.

bichinho doce e invocado
livre
é avião, é cachorro, é dragão, é lobo mau, é gatinho que mia tão fino, periga parede de vidro quebrar
menino que enfeitiçado pela lagarta, destemido e cuidadoso, não conhece tempo
conhece esquilos que aparecem antes do sol dormir atrás das montanhas
sente cheiro da arruda e lembra do avô
faz carinho depois emburra
xinga escondido, direito da opinião em segredo
amigo de jacú, de sapo, de louco de rua, de poeta, de atriz, de bailarina, de vereador, de prefeito, de playboy, de badboy...
cuida e detona sua harley davidson
leva as amigas pra passear
diz convicto que quem fez pum foi o sapo,
sim foi o sapo, claro.
fihote de lobo, de onça, de bicho de asa comprida e forte
anjo herói
canto que vibra alto, grosso, forte
narcisinho, leão, um pavãozinho macho daqueles de pena bem comprida
sente a música com cada pedacinho do seu corpo
corpinho que ele ainda não domina e tem vontade propria
toca a única gaita suave do mundo

é amado
solto
feliz.

Um comentário:

Luciana Maluf disse...

Lindo, lindo, amei "o cara"